Como vencer todas as discussões

Toda a gente sabe que nem sempre é fácil vencer uma discussão. Especialmente se for contra a Lena. Ou o Nel, mas a Lena utiliza mais do que dois argumentos.
É por esta razão que hoje partilho aqui um fragmento da minha sabedoria. Este conhecimento foi obtido graças a 23 anos de morar com o meu pai e aperfeiçoado numa relação de 3 anos de discussões, que deram para ir aprendendo e praticando. Este ensinamento foi testado e comprovado em várias ocasiões, mas há que ser utilizado com moderação. Especialmente não se metam com pessoas com a possibilidade de estarem armadas.

- Mantenham sempre a calma. Um oponente sério e calmo é sempre mais sinistro do que um enfurecido (pelo menos sempre tive mais medo da minha mãe do que do meu pai!).

- Finjam que estão a ouvir o vosso inimigo enquanto preparam o ataque. As investidas do opositor não interessam, nós vamos ser ninjas - iremos atacar concisamente por onde eles menos esperam.

- Esperem por uma aberta para libertar o vosso primeiro torpedo: "Pensava que estávamos a ter uma conversa séria." (Sempre calmamente)

- Esperem pela próxima aberta para largar o próximo ataque: "Agora estás a jogar na defensiva." Notem que o argumento do inimigo, qualquer que seja, não interessa. Não vale a pena defendermo-nos contra argumentos que os inimigos levam horas a treinar em casa. O segredo está em deflectir o ataque inimigo e ripostar com um nosso, que invariavelmente não tem nada a ver.

- O próximo ataque é um 'uppercut' e serve para preparar o inimigo para se colocar precisamente onde pretendemos: "Pronto, agora estás a ser infantil."
Nesta fase é importante tentar enervar o oponente. Se a pessoa em questão tiver pontos fracos, usem-nos. "Assim não consigo ouvir com o barulho que estás a fazer a mastigar." Ou então: "Ah mas não foi isso que disseste quando te puseram os chavelhos."

Se o oponente vos encurralar num canto com factos, respondam com mais factos. Mas não se limitem a dizer "Não não, Portugal tem 13 milhões de pessoas." É necessário ir mais longe, ripostem com factos certos e comprovados: "Desculpe mas segundo o estudo da Deco efectuado em 24 de Outubro de 2009, Portugal tem agora 13 milhões de portugueses, mais o Liedson, o Pepe e o Deco." Não precisa de ser verdade, apenas de ser dito com convicção.

Aqui, se tudo correu bem, começa-se a notar que se está a começar a tomar controlo da conversa pois o adversário deixa de começar as respostas com "mas tu isto... mas tu aquilo..." e passa a dizer "Mas eu...".

- É altura de largar mais uma bomba: "Noto que este assunto te deixa particularmente transtornado. Tens algum problema pessoal com isto?"

- E para acabar, a arma de destruição massiça: "Mas quais são os teus parâmetros?" Pronto, 'le coup de grâce'. Por esta altura o vosso opositor estará com certeza no chão, esventrado e prestes a definhar.

E nunca se esqueçam, jovens ninjas: calma, seriedade e convicção.